Romance erótico
Ele fechou os olhos, quando tornou a abri-los, havia uma profunda tristeza neles.
— Eu preciso ir, Mandy — disse com a voz terna. — Meu voo parte agora pela manhã, estão me esperando em Nova York.
Ela não disse nada, apenas assentiu com a cabeça. Ele se levantou e começou a se vestir.
— Você não vem? — perguntou, vendo que ela continuava deitada.
— Meu voo parte à tarde. Vou ficar e dormir um pouco.
— Quer que mande um carro vir buscá-la?
— É melhor não.
Ele terminou de se vestir e ficou de pé ao lado da cama, contemplando-a. Sentou-se na beirada, inclinando-se para beijá-la. Olhou-a longamente uma última vez, antes de se levantar e sair, sem olhar para trás.
Depois que ele saiu, ela afundou o rosto no travesseiro e chorou, o corpo sacudido pelos soluços, os braços apertados em volta do travesseiro em que ele havia estado deitado, sentindo o seu perfume.
O seu calor
O dia do casamento amanheceu claro e ensolarado, com o céu azul salpicado de nuvens fofas, como chumaços de algodão pregados na abóbada celestial.
Às 10:50, Laila começou a sentir um inesperado nervosismo.
Todos os convidados haviam chegado e estavam se acomodando nas cadeiras brancas enfileiradas sobre o gramado.
Às 10:55, houve uma batida discreta na porta. Kate, a madrasta, foi abrir. Uma copeira estava ali, parecendo aflita.
— Desculpe, Sra. Hampton. Aconteceu… uma coisa na cozinha.
A copeira levou Kate até a cozinha grande, onde estavam o bolo e os canapés. Ao se deparar com o problema, ela ficou horrorizada.
— Meu deus — murmurou, chocada.
Enquanto Kate estava na cozinha resolvendo a questão do bolo, alguém tornou a bater na porta da suíte. Desta vez era um dos garçons, que estendeu uma caixa de presente com um bilhete.
— São do Sr. Vincent — disse e se retirou.
Laila leu o bilhete, os olhos brilhando pela emoção. Em seguida abriu a caixa, encontrando um estojo preto. Dentro, aninhado em forro de veludo, havia um display digital de tela fina. Ele havia gravado um vídeo para ela. Retirou o aparelho e acionou o play.
Laila assistiu tudo de pé, com medo de amassar o vestido de noiva. Quando o vídeo chegou ao fim, desligou o aparelho.
Lentamente, começou a tirar o vestido.
Ele desligou o aparelho, incapaz de continuar assistindo aquilo. Era uma repetição do que havia acontecido há quase um ano, mas muito pior.
Apagou o vídeo no aparelho, juntou o vestido nos braços e desceu para o térreo. Colocou tudo dentro de um saco plástico preto, que jogou no banco de passageiro e saiu com o carro em alta velocidade, madrugada adentro.
Foi atrás de Tiffany no hotel, mas na recepção o informaram que ela não estava. Voltou para o carro e seguiu para outro endereço, na Quinta Avenida. Tocou várias vezes a campainha da casa, até que uma empregada sonolenta abriu a porta.
Ele entrou sem se anunciar. Correu os olhos pela sala e dirigiu-se para as escadas.
— O senhor não pode entrar assim. Se não sair, chamarei a polícia!
Ele ignorou a empregada, que o seguiu alarmada, escada acima. Foi abrindo as portas pelo corredor e olhando dentro dos quartos.
No último aposento, encontrou quem procurava.
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